domingo, 9 de setembro de 2012

Algo para buscar.

Lá fora estava úmido por causa da chuva recém caída. Um anjo de dois anos me fazia companhia com uma empolgação contagiante. Me sentei no banco e o assisti brincar sozinho e ainda assim feliz. Ele sabe de alguma forma que tem alguém amando observar sua felicidade. Um vento gelado bagunçou nossos cabelos e me trouxe para o lugar encantado que estava bem a minha frente. Um singelo momento testemunhando o deleite da vida. Me sentia no céu e me esqueci do desgosto que eu havia sentido dois dias antes ao receber o novo sofá vermelho carmesim, tao contrario ao meu gosto. Pensei em como eu poderia ter ficado irritada com uma coisa tão sem valor? Me lembrei das pobres crianças brasileiras que horas antes havíamos assistido numa reportagem local. Uma delas chorou porque a repórter não iria leva-los ao parquinho, o que a fez mudar de idéia. Pensei em como somos mesquinhos e esquecemos que vivemos num mundo de guerra todos os dias. Guerra contra a fome, contra o desemprego, contra a desesperança. Porque continuamos a levar nossas vidas de forma tão egoísta? Afinal, o que a maioria pensa, e': "se minha família e' feliz, nada mais me importa!" E' o que no's fazemos, e' assim que agimos e simplesmente ignoramos os berros de socorro que ecoam por toda a parte. Será mesmo que nossa incrível atuação na vida limita-se dentro das paredes dos nossos interesses? Será que o propósito da vida não seria justamente viver amando e servindo ao próximo como estamos cansados de aprender? Parece que isso não esta mais na moda e falar sobre isso e' muito clichê, tão clichê que sao poucos os que colocam esse estilo de vida em pratica. Sabe, eu também amo maquiagem, eu também quero conhecer o mundo, eu também sonho com a casa própria, mas quem não? Será' que dedicando toda uma vida para esses fins sentirei verdadeira felicidade? Para isto nasci? Certamente não! O desafio e' justamente nadar contra a correnteza...Até quando iremos assistir a um mundo cinza, de braços cruzados, sentados preguiçosamente em nossas felpudas poltronas? Até quando vamos no preocupar com carro novo, sapatos de marca e cílios postiços sabendo que existem crianças brincando de bola perto do esgoto e dormindo apertados num colchão velho debaixo de um teto prestes 'a lhes cortar o pescoço? Tudo tem limite e até onde vai a misericórdia de Deus para com nossa vaidade e' algo a ponderar.
Feliz e' aquele que encontra no serviço um modo de carregar os fardos de seu irmão necessitado.